Transmitida pelo carrapato-estrela infectado por uma bactéria, a febre maculosa é uma doença extremamente perigosa. Em função disso, profissionais da saúde fazem alerta para moradores do Estado de São Paulo e região.
Geralmente, encontrado em animais de grande porte, como cavalos, vacas, capivaras e bois, o carrapato-estrela, também chamado de micuim pode se tornar um grande perigo à saúde humana.
Isso porque, quando infectado pela bactéria Rickettsia rickettsii, o carrapato-estrela transmite a febre maculosa, doença que pode matar.
Infelizmente, com a chegada do verão, é comum que haja uma grande incidência de casos. Afinal, muitas pessoas tiram férias e costumam frequentar locais que abrigam boa parte desses animais.
Portanto, é exatamente por essa razão que profissionais da saúde fazem um alerta sobre os riscos que há em contrair a febre maculosa.
O Governo do Estado de São Paulo sempre promove ações sobre o tema, como por exemplo, a Semana da Capivara – onde especialistas oferecem orientações de como evitar a doença.
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Ações Governamentais
Em resumo, para alertar sobre os perigos da febre maculosa, o governo paulista promove a Semana da Capivara de hoje até quinta-feira, com orientações para evitar a doença.
O maior roedor do mundo foi o escolhido para tratar do tema por ser um dos bichos mais populares do estado de São Paulo e um dos que hospedam o carrapato responsável pela doença.
De acordo com a diretora do Departamento de Fauna, da Secretaria Estadual de Infraestrutura e Meio Ambiente, toda a programação será virtual.
Casos de Febre Maculosa desde o Início do Ano
A cidade de Americana, interior de São Paulo, registrou a terceira morte por febre maculosa. A vítima era um senhor de 52 anos, morador da Vila Dainese.
De acordo com a prefeitura da cidade, acredita-se que o local de infecção tenha sido em uma área coberta por chácaras, na cidade de Capivari (SP).
Além disso, em maio outras duas mortes já haviam sido confirmadas em Americana, sendo que, ambas também eram homens, de 38 e 56 anos de idade.
De acordo com a Vigilância Epidemiológica, as áreas de infecção foram a Fazenda Angélica e as margens da represa Areia Branca, em Santa Bárbara D’Oeste (SP).
Alerta Geral
Depois dos óbitos, a Secretaria de Saúde emitiu um alerta à população, a fim de garantir que todos evitem as áreas consideradas de risco.
Áreas de risco delimitadas pelo PVCE em Americana:
- Área da Carioba: Pesqueiros do Rio Piracicaba, próximos ao parque têxtil da Rua Carioba.
- Casa de Cultura Herman Müller: Mata ciliar adjacente ao Ribeirão Quilombo.
- Área do Rio Jaguari: Região pós-represa do Salto Grande (chácaras nas proximidades da Colônia Agrícola do Sobrado Velho).
- Museu Histórico: Pesqueiros na confluência dos rios Atibaia e Jaguari.
- Assentamento Milton Santos: Matas ciliares do Rio Jaguari e Córrego Jacutinga
- Área da ponte do Rio Piracicaba, sobre a Rodovia Anhanguera: Pesqueiros locais
- Rio Piracicaba: Pesqueiros nas proximidades do Centro de Detenção Provisória de Americana (CDP).
- Represa do Jardim Imperador: Residencial Portal dos Nobres
- Praia dos Namorados: Orla da Represa do Salto Grande
- Bairro Mirandola: Pastos e matas periféricas
- Praia do Zanaga: Braço da Represa do Salto Grande entre os bairros Antônio Zanaga e Vale das Nogueiras.
- Usina da CPFL: Represa do Salto Grande.
- Ribeirão Quilombo: Toda a extensão.
- Área verde do Parque Nova Carioba: Mata ciliar do córrego Bertini.
De acordo com a Prefeitura, se for necessário estar em algum desses locais, é importante tomar os seguintes cuidados:
- Utilizar roupas claras, porque facilitam a visualização dos carrapatos;
- Colocar a barra das calças dentro das meias e calçar botas de cano alto;
- Examinar o corpo cuidadosamente a cada três horas pelo menos, porque esses carrapatos transmitem a bactéria causadora da Febre Maculosa depois de algumas horas após a picada na pele;
- Tenha cuidado ao retirar o carrapato que estiver grudado à pele, fazendo-o mediante uma leve torção.
“Se em um período de dois a 14 dias após frequentar estes locais, o indivíduo apresentar febre alta, dores no corpo, dores de cabeça, calafrios e manchas avermelhadas na pele, deve procurar imediatamente o serviço de saúde e, no momento da consulta, informar ao médico sobre o contato com carrapatos”, afirmou a pasta em nota.
Fonte: Secretaria da Saúde
Mas afinal, o que é a Febre Maculosa?
Em síntese, a febre maculosa é uma doença de alta letalidade, que por sua vez, necessita de diagnóstico precoce para redução dos óbitos.
De acordo com dados do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE), só em 2018 o estado de São Paulo apresentou um número de mortes de 49,5% (dados de 24/09/2018).
Com o intuito de orientar os médicos e a população, a Coordenadoria de Controle de Doenças da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (CCD-SES/SP) preparou um material de divulgação com QR CODE para facilitar acesso ao mapa de risco.
O material está disponível no site do CVE, no “opção doenças de transmissão por vetores e zoonoses“. Basta selecionar na próxima tela a opção “Febre Maculosa” e em seguida, clicar em material de divulgação.
Em seguida, na próxima tela ‘Material de divulgação – Cartaz Febre Maculosa’ . Existem duas opções: para médicos e para população. Os links estão abaixo:
Como Ocorre a Transmissão da Febre Maculosa?
Embora não seja possível transmitir a febre maculosa de pessoa para pessoa, existe uma grande taxa de transmissão de carrapatos infectados.
Portanto, quando o carrapato infectado fica preso na pele da pessoa por pelo menos 4 horas, ele já pode transmitir a doença.
Daí a tamanha importância em se observar o tempo todo, sobretudo, em caso de estar em regiões cuja presença desses insetos é certeira.
Sintomas da Febre Maculosa
Assim que a bactéria cai na circulação causa vasculite, ou seja, ela causa uma lesão na camada interna dos vasos (endotélio).
Ademais, os primeiros sintomas costumam aparecem de dois a 14 dias depois da picada. Sendo que, na imensa maioria, aparecem após sete dias da picada.
A doença ataca rapidamente, e gera uma série de sintomas semelhantes aos de outras infecções:
- Febre alta;
- Dor no corpo;
- Dor de cabeça;
- Inapetência;
- Desânimo.
Também é comum que surjam pequenas manchas avermelhadas, também chamadas de máculas, que crescem e tornam-se salientes, resultando nas maculopápulas.
Essas lesões podem apresentar o componente petequial (uma pintinha hemorrágica parecida com uma picada de pulga) e, às vezes, ocorrem pequenos sangramentos abaixo da pele no local das maculopápulas petequiais.
A erupção cutânea é generalizada. E quando ocorre, manifesta-se também na palma das mãos e na planta dos pés.
Febre Maculosa no Brasil
No Brasil, os estados com maior incidência da doença são:
- São Paulo
- Minas Gerais
- Rio de Janeiro
- Espírito Santo;
- Pernambuco.
Existe Vacina Contra a Febre Maculosa?
Existe! Todavia, sua proteção é parcial e por isso, ela não é recomendada como sendo parte do tratamento (uma rotina entre os casos).
Isso porque, no geral, é possível tratar a doença de maneira rápida, eficiente e mais barata – com medicamentos.
Como é feito o Diagnóstico de Febre Maculosa?
O exame específico para diagnosticar a doença, é chamado de “reação de imunofluorescência indireta (RIFI)”.
Por meio dele, é possível encontrar sinais da infecção. Diferentemente, do que acontece com os exames sorológicos, que até o décimo dia da doença, podem não conseguir encontrar anticorpos no organismo do paciente.
Em todo caso, a recomendação do Ministério da Saúde é que duas amostras sejam coletadas (entre 14 a 21 dias após a primeira coleta).
Mas, aqui vai um alerta:
Não se deve esperar tanto tempo assim para iniciar o tratamento, isso porque, as chances de morte são realmente altas. Ao menor sinal de achados clínicos, o profissional já deverá iniciar o tratamento.
Como é feito o Tratamento da Febre Maculosa?
A febre maculosa brasileira precisa ser tratada com antibióticos (tetraciclina e clorafenicol). Mas, ambos devem ser introduzido nos primeiros dois ou três dias após a picada.
Isso porque, em geral, a partir de sete dias sem tratamento, as lesões causadas pela doença são irreversíveis e podem levar a pessoa a óbito.
Recomendações
Ainda que tenha ficado claro que é mais comum se infectar por meio de áreas de mata onde existem muitos animais propensos a estarem com o carrapato transmissor, os especialistas afirmam que a Dedetização pode e deve ser feita em locais de áreas urbanas.
Isso porque, é comum encontrar animais domésticos infectados, que porventura, tiveram contato com animais de porte maior, como cavalos, por exemplo.
Sendo assim, contrate uma Dedetização Residencial ou para terrenos, sítios e casas com jardins e animais de estimação. Dessa forma, você estará garantindo a sua saúde e a saúde de todos que ama.