coleta de esgoto

Quase 100 milhões de pessoas sofrem com a ausência de coleta de esgoto no Brasil. O país está longe de atingir as metas estabelecidas pelo Plano Nacional de Saneamento Básico.

O Plano Nacional de Saneamento Básico, visa assegurar para todos os brasileiros, água potável, coleta e tratamento de esgoto até 2033.

Contudo, a Trata Brasil constatou que o país está mais de 30 anos atrasado diante do cumprimento das metas estabelecidas (fonte: Folha de S.Paulo).

Segundo a entidade, o investimento anual para garantir o serviço adequado a população, é de pelo menos R$22 bilhões, porém, o Brasil tem investido menos da metade necessária.

Os dados são alarmantes, visto que, mais de 17% dos brasileiros – aproximadamente 35 milhões de pessoas, vivem sem nenhum acesso à rede de abastecimento de água. E mais de 47% da população nacional, vive sem coleta de esgoto no Brasil.

Retrato da Desigualdade no País

Os números também revelam que a desigualdade vive numa crescente, sobretudo em níveis geográficos.

Afinal, no Sudeste (região mais rica do país) quase 92% das pessoas possuem acesso à água potável.

Porém, a região Norte onde o poder econômico é menor, menos de 58% da população dispõe do mesmo recurso.

Além disso, no Sudeste 79% do esgoto é coletado, sendo que 51% recebe tratamento adequado. Enquanto no Norte, apenas 10% do esgoto é coletado e menos de 2% recebe o devido tratamento.

Isso significa que 98% do esgoto produzido no Norte do país, é despejado em rios que deveriam estar sendo preservados.

coleta de esgoto

Cobertura de Água e Esgoto no Brasil é pior do que em países cuja Economia é inferior

Atualmente, o cenário brasileiro aparece como sendo a 8ª maior economia do mundo.

No entanto, no que se refere a cobertura de água e esgoto, o Brasil fica atrás de países como o Marrocos e Iraque.

Essa realidade reflete naquilo em que o sistema governamental considera ser menos importante para tratar com prioridade. O que resulta em grandes epidemias, como é o caso da dengue e do zika vírus.

A discrepância é tamanha, que países da América do Sul com o PIB (Produto Interno Bruto) menor que o do Brasil, como é o caso da Bolívia e Peru, apresentam um percentual de cobertura maior que o nosso país.

Segundo Fabiano Custodio, sócio-fundador da Miles Capital, “o setor precisa se tornar a prioridade das prioridades para o governo”.

Ranking do Saneamento Básico confirma: Melhores cidades do Brasil investem 4x mais

O Instituto Trata Brasil produziu um novo Ranking do Saneamento Básico, que revela dados interessantes sobre a universalização da água e esgoto no país.

A pesquisa aponta que as melhores cidades do Brasil para se viver, possuem um investimento em saneamento básico 4x maior do que as demais regiões.

O estudo contempla as 100 maiores cidades brasileiras, onde estão concentradas 40% da população nacional. Realizado com base nos dados fornecidos pelo Ministério do Desenvolvimento Regional de 2017.

Em função disso, o resultado deixa explícito que o país está longe de atingir as metas estabelecidas pela ONU (Organização das Nações Unidas).

O objetivo da ONU é assegurar uma gestão sustentável, no que diz respeito a cobertura de água e coleta de esgoto em todo o Brasil.

Sobre os desafios apontados, a situação fica ainda mais crítica ao perceber que ao tratar-se das perdas de água potável nos sistemas de distribuição.

Mais de 80% das maiores cidades do Brasil, apresentam perdas superiores a 30% – o que é muito preocupante!

coleta de esgoto

Deficiência na Coleta de Esgoto

Apenas duas cidades de todo o país possuem 100% de coleta de esgoto, Piracicaba e Taboão da Serra, sendo que ambas estão situadas no Estado de São Paulo.

Contudo, existem outros 13 municípios cujo índice de coleta é superior a 98% (também estando concentrados na região Sudeste).

Infelizmente, a história do Brasil retrata uma situação negativa, no que diz respeito ao Saneamento Básico.

Isso porque, a média nacional sempre foi de apenas 46% – sendo que o número ideal seria de pelo menos 80%.

Porém nem tudo está perdido! Considerando a cobertura de água somada ao tratamento de esgoto, 7 cidades brasileiras apresentam 100%, sendo consideradas as melhores do ranking.

Solução para o Saneamento Básico no País

Ainda de acordo com o Plano Nacional de Saneamento, que foi lançado em 2013.

A meta era injetar R$20 bilhões/ano até 2033 para que pelo menos 99% da população brasileira recebesse água potável, e ao menos 92% teria acesso a rede de esgoto.

Entretanto, isso não está sendo cumprido, o que tem atrasado o plano em níveis exorbitantes.

De acordo com especialistas, muitos seriam os benefícios provindos do saneamento básico à população, o que por si só, já justificaria qualquer investimento.

Inclusive, calcula-se que o gasto com saúde pública é 4x maior, do que o necessário para garantir um serviço de água e esgoto aos habitantes do país.

Ou seja, a cada R$1 investido em saneamento básico, geraria uma economia de R$4 na saúde.

Mas parece que o governo ainda não se deu conta disso!

Privatização

Investidores da iniciativa privada estão de olho na universalização dos serviços de saneamento.

Pois consideram o tema como sendo uma grande oportunidade de negócios.

Atualmente, a lei permite a renovação automática de contratos de concessão, sem que haja a necessidade de novas licitações. Porém, empresas públicas não estão gerando receitas suficientes para cobrir suas próprias despesas.

Eventualmente, espera-se que o privado ajude a amenizar a situação atual, injetando investimentos que visam a ampliação desses serviços.

“Todos os setores intensivos em capital, como energia elétrica e telecomunicação, já venceram essa barreira (com as privatizações). Saneamento ficou para trás e virou um retrato do século 19”, afirma Teresa Vernaglia, presidente da BRK Ambiental – ex- Odebrecht Ambiental.

Os Riscos de Viver sem Coleta

Embora os riscos de viver sem coleta sejam invisíveis aos olhos, muitas famílias sofrem com doenças relacionadas à ausência de saneamento básico.

Um exemplo dessa realidade, está no Estado de Alagoas.

De acordo com o estudo “Observando os Rios, da SOS Mata Atlântica”, em 2019 teve queda no Índice de Qualidade da Água (IQA).

O resultado disso são as inúmeras doenças que assolam a população, como a esquistossomose, diarreia, amebíase e cólera.

Como garantir a segurança das famílias?

É imprescindível que se garanta a segurança e o bem-estar das famílias brasileiras, por meio de medidas simples, porém altamente eficazes.

Como por exemplo, efetuar regularmente a limpeza de fossa.evitando assim, a contaminação da população, devido a sujeira proveniente do esgoto.

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